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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Telefonia IP ainda Amarrado na Era PABX

O futuro de telefonia IP ainda amarrado na era do PABX


Zeus Kerravala
Publicado em: 02 de Maio de 2011

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De todas as discussões que tenho com decisores a respeito de Voz sobre IP (VoIP), algumas perguntas mais comuns tendem a girar em torno do futuro do IPABX – e ninguém pode ser punido por querer saber isso? O setor de telefonia teve mais inovação e transformação nos últimos 10 anos do que nos 30 anos anteriores, o que torna manter-se muito desafiador.

Eu espero plenamente que o ritmo da inovação para continuar e mesmo intensificar, tornando-se ainda mais difícil para as empresas a antecipar qual será o futuro das plataformas de voz e posicionar-se da melhor forma possível. Eu gostaria de passar algumas dicas sobre o que eu acho sobre qual será o futuro da telefonia IP e do IPABX.


A promessa do IPABX falhou

Implantar voz costumava ser fácil. Você conectava seus telefones em um PABX, e tudo funcionava magicamente. O problema com essas plataformas de PABX mais antigas era o fato deles serem muito inflexíveis, ineficientes e precivam ser fixados em cada local. Não havia uma forma de ampliar os recursos antigos no local instalado, e eles precisavam funcionar em uma rede totalmente separada.

Então surgiu o IPABX, que se imaginava a panaceia para todos os nossos problemas de telefonia. Convergindo as redes de voz e dados, o custo de fazer telefonia cairia por terra. Queríamos obter mais funcionalidade e os usuários seriam mais produtivos. Seria uma vitória da TI, dos usuários e da empresa - mas esse não era o caso para muitas organizações.

Dependendo para quem você fala, o quanto de redução de custos tende a variar. Os custos iniciais são elevados, e em muitos casos, não há todas funcionalidades de ponta. Nós fazemos chamadas, mas nós fazíamos isso antes. O que nos aprisiona então ao passado?


Eu acho que a rota principal na indústria é que nós realmente não deixamos a era PABX. Sim, todos os sistemas novos são construídos para funcionar sobre a rede IP. Temos novos telefones IP (e caros), mas conceitualmente, não mudou muita coisa. Um grande número de organizações onde eu trabalhei implantando VoIP substituiu cada PABX por um IPABX. Assim, no final do dia a arquitetura toda é a mesma, nós estamos apenas usando rede IP como o mecanismo de transporte ao invés da RCTP, mas ao nível mais básico, nós gastamos muita energia tentando fazer nossos sistemas IP parecer e agir como os sistemas TDM antigos.



A evolução do PABX

A primeira onda de evolução seguiu apartada da era PABX indo no mesmo caminho que a computação. Implantamos as novas plataformas, mas mantivemos a arquitetura semelhante. Muito disso se deveu ao ganho de conforto com os novos sistemas (fixou-se na idéia de não mexer na experiência do usuário)*, mas as plataformas IPABX em si não estavam prontas para suportar uma arquitetura diferente.


A próxima onda VoIP será semelhante ao que aconteceu no mundo da computação. Servidores de chamada se tornarão recursos baseados em datacenter que usam a WAN corporativa para fornecer serviços as filiais e aos demais funcionários. Pense em uma aplicação na organização, da mesma forma que sistemas de e-mail ou CRM - todos elas residem no datacenter e são entregues pela rede.

A evolução tecnológica também contribuiu para essa tendência. Todas as novas plataformas de voz como o Avaya Aura, Cisco Unified Communications Manager e a Lync Microsoft são projetados para serem implemantadas dessa forma. Elas seguem os mesmos princípios de aplicação e da Web para permitir maior escala e eficiência.

A outra coisa importante a notar sobre essas plataformas é que elas fazem mais do que apenas iniciar e encerrar chamadas. A próxima geração de IPABX deve ser pensado como um gerenciador de sessões IP, e não um servidor de chamadas. As chamadas são um dos recursos possibilitados pela sessão IP, mas a sessão traz a possibilidade de acomodar vídeo, presença e outras funções multimídia.

Como a sessão está na camada IP, torna-se altamente móveis e podem ser movidos de um telefone para um tablet para um PC com relativa facilidade. Isso trará consigo outro nível de economia de custos e começar a cumprir a visão de longo prazo do qual a mudança para o IP suposto ser: conectar qualquer ferramenta de comunicação com qualquer usuário em qualquer dispositivo. Mas para que isso aconteça, precisa haver um novo passo evolutivo, que estamos apenas começando a ver.


IPABX: Abrindo a mente às plataformas abertas

No longo prazo, eu acho que a indústria vai parar de pensar o PABX como um sistema fechado e, em vez disso, -lo como um conjunto de plataformas abertas que trabalhem juntas para fornecer a funcionalidade necessária.

Leia tambémAsterisk SCF - VoIP em Software Livre de Porte Enterprise e UC

Para esclarecer a minha visão, eu vou usar novamente o mundo de aplicação como exemplo. Na maioria das grandes organizações, as estratégias de aplicação são as mesmas. Uma camada de serviços subjacentes fornece todas a funções comuns, tais como serviços de autenticação e diretório. Acima dessa camada, as aplicações são construídas em algumas plataformas, como .NET ou Java. O middleware é então usado para amarrá-lo todas juntas. Embora essa seja uma simplificação grosseira de como as aplicações funcionam, e todo tipo de exceções, essa é a rota principal que muitas empresas tomarão.

De forma similar em comunicações, o que nós vamos ter é uma camada de serviços comuns para coisas como presença e identifição de usuário, alguns dos quais serão compartilhados com outras aplicações. Um conjunto de plataformas vão residir nessa camada talvez uma para voz, uma para vídeo, outra para mídias sociais – em um nível mais alto, e a camada de abstração para funcionalidade do middleware. De fato, o ACE da Avaya, VOSS e OpenTouch da Alcatel-Lucent são bons exemplos de alguns dos primeiros middleware de comunicação.


Embora estejamos muito longe disso, essa é a direção que a indústria está caminhando. Nós estamos saindo da era PABX? Dificilmente, mas estamos seguindo rapidamente esse caminho.




* grifo meu


Sobre o autor: Zeus Kerravala, Yankee Group senior vice president and distinguished research fellow, leads the firm's Research Council and is chartered with the responsibility of providing thought leadership to the research organization. Comprising senior research leaders, the Research Council provides outreach to clients and the broader Yankee Group community, as well as ensures that the company's research agenda addresses the needs of business leaders. Kerravala drives the strategic thinking of the research organization and helps shape the research direction. Much of Kerravala's expertise involves working with customers to solve their business issues through the deployment of infrastructure technology.


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